Noções Gerais de Desenho
Técnico
1 - O Desenho como forma de
expressão
A primeira forma de comunicação do homem foi através
dos desenhos e grafismos. As primeiras representações que conhecemos são as
pinturas rupestres, em que o homem representava não apenas o mundo que o
cercava, mas também as suas sensações: alegrias, medos, crenças, danças...
Ao longo da
história, a comunicação através do desenho, foi evoluindo, dando origem a duas
formas de desenho:
Desenho artístico
– que pretende
comunicar idéias e sensações, estimulando a imaginação do espectador;
Desenho técnico
– que tem por
finalidade a representação dos objetos o mais próximo do possível, em formas e
dimensões.
2- O que é Visão Espacial?
Visão
espacial é um dom que, em princípio todos têm, dá a capacidade de percepção
mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial significa ter o sentimento da forma espacial
sem estar vendo o objeto.Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o
sentimento da forma espacial de um copo, de um determinado carro, da sua casa
etc..ou seja, a visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas
espaciais, sem estar vendo fisicamente os objetos. Apesar da visão espacial ser
um dom que todos têm, algumas pessoas têm
mais facilidade para entender as formas espaciais a partir das figuras
planas. A habilidade de percepção das formas espaciais a partir das figuras
planas pode ser desenvolvida a partir de exercícios progressivos e sistematizados.
3- Exemplo de Visão Espacial
4 - Instrumental de Desenho Técnico
“Embora a mão e a mente controlem o
desenho acabado, materiais e equipamentos de qualidade tornam o ato de desenhar
agradável, facilitando a longo prazo a obtenção de um trabalho de qualidade.”
CHING, Francis D. K
.
A
meta de todo profissional é a obtenção de um desenho rápido e preciso, capaz de
fornecer todas as informações necessárias à concretização de seu projeto.
Para
a perfeita execução de um desenho são necessários instrumentos de precisão,
para isso estes devem ser de boa qualidade, limpos e bem conservados.
Constituem
o conjunto básico de instrumentos e acessórios:
Lápis ou lapiseira
As pontas dos
lápis ou das lapiseiras devem estar sempre preparadas de forma conveniente, de
modo a permitir uma perfeita execução do desenho. Tanto para o grafite dos lápis quanto para
aqueles das lapiseiras, a escolha
correta da dureza ou maciez das mesmas influenciarão diretamente na qualidade
final do desenho.
As minas de grafite são fabricadas em 14 graduações:
Borracha
Quanto
às borrachas, existem diversos tipos, um para cada uso específico.
No
desenho a lápis os traços duros devem ser apagados com borrachas duras e os
macios com borrachas macias.
Par de esquadros
São peças de
formato triangular, com ângulos de 45º e
90º ou de 30º e 60º e 90º.
São denominados Par de Esquadros
quando são de dimensões compatíveis, ou seja, o cateto maior do esquadro de
30/60 tem a mesma dimensão da hipotenusa do esquadro de 45. Utilizados para o
traçado de linhas verticais, horizontais e inclinadas, sendo muito utilizado em
combinação com a régua paralela ou régua T.
Régua “T”, ou régua paralela e prancheta
A
régua T é utilizada sobre mesas de desenho conhecidas como pranchetas, de forma
quadrada ou retangular, para obtenção de linhas horizontais. Este instrumento
possui duas partes: cabeçote, que deve estar sempre encostado na borda lateral
esquerda da prancheta e corpo, utilizado para o traçado de horizontais e como
apoio para os esquadros no traçado de linhas verticais e inclinadas. As linhas verticais e inclinadas são
desenhadas com os esquadros apoiados na régua T.
Escalímetro
O
Escalímetro é constituído por um conjunto de escalas gráficas, determinadas a
partir de escalas numéricas e desenhadas sobre um suporte triangular
.
Transferidor
O
transferidor é utilizado para a medição e marcação de ângulos.
Compasso
O
compasso é utilizado para o traçado de circunferências, assim como arcos de
circunferências. Após o ajuste da abertura do arco a ser traçado, apóia-se a
ponta seca no centro do mesmo e determina-se o arco, qual seja a sua abertura
de uma só vez, girando no sentido horário.
Gabaritos
São chapas em
plástico ou acrílico, com elementos diversos vazados, que possibilitam a
reprodução destes nos desenhos.
O gabarito de círculos é útil para o traçado de pequenos círculos de raios
pré-disponíveis. Outros gabaritos úteis: equipamentos sanitários/hidráulicos,
formas geométricas e mobiliário.
5 - Padronização
dos Desenhos Técnicos
Para
transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário
padronizar seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é
feita por meio de normas técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente.
As normas
técnicas são resultantes do esforço cooperativo dos interessados em estabelecer
códigos técnicos que regulem relações entre produtores e consumidores,
engenheiros, empreiteiros e clientes. Cada país elabora suas normas técnicas e
estas são acatadas em todo o seu território por todos os que estão ligados,
direta ou indiretamente, a este setor.
No Brasil as
normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT, fundada em 1940.
Para
favorecer o desenvolvimento da padronização internacional e facilitar o
intercâmbio de produtos e serviços entre as nações, os órgãos responsáveis pela
normalização em cada país, reunidos em Londres,
criaram em 1947 a Organização Internacional de Normalização
(International Organization for Standardization – ISO)
Quando uma
norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por todos os países
que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma internacional.
As normas
técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), registradas pelo INMETRO (Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) como normas brasileiras-NBR
e estão em consonância com as normas internacionais aprovadas pela ISO.
6 - Folhas para Desenho
Técnico
Normas a consultar
NBR 10068 – Folhas de desenho - Layout e dimensões.
NBR 10582 – Conteúdo da folha para desenho técnico.
NBR 13142 – Dobramento de cópia.
Dimensões das folhas (NBR
10068)
As normas em
vigor, editadas pela ABNT adotam a seqüência “A” de folhas, partindo da folha
A0 com área de aproximadamente 1m². Cada folha na seqüência possui dimensão
igual a metade da folha anterior – por exemplo, a folha A1 possui a metade do
tamanho da folha A0, a folha A2 possui a metade do tamanho da folha A1 e
assim por diante.
Margens
Segundo as normas em vigor, cada
tamanho de folha possui determinadas dimensões para suas margens, conforme
tabela a seguir.
A margem esquerda sempre é maior que as demais
pois é nesta margem que as folhas são furadas para fixação nas pastas ou
arquivos.
Configuração da folha
A seguir são apresentadas as diversas
regiões da folha de desenho e a posição de cada um dos elementos nas mesmas.
Usualmente a
região acima da legenda é reservada par marcas de revisão , para observações,
convenções e carimbos de aprovação de órgãos públicos.
Posição de leitura
Como
regra geral na representação e leitura de desenhos deve se observar que os
mesmos possam ser lidos da base da folha de desenho ou de sua direita. As
posições inversas a estas (leitura de cima para baixo ou da esquerda para a
direita) são consideradas “de cabeça para baixo”.
Dobragem
( NBR 13142)
A
norma da ABNT para dobramento de cópia
recomenda procedimentos para que as cópias sejam dobradas de forma que
estas fiquem com dimensões, após dobradas, similares as dimensões de folhas
tamanho A4. Esta padronização se faz necessária para arquivamento e
armazenamento destas cópias, pois os arquivos e as pastas possuem dimensões
padronizadas.
Carimbo
Fixação da folha na prancheta
Caligrafia Técnica
Existe uma padronização também para
a caligrafia técnica, para evitar que desenhos e projetos desenvolvidos em
localidades diferentes sejam interpretados de forma distinta.
É composta por caracteres próprios, que apresentam pequenas
inclinações em elementos que os compõem, determinando assim a sua
personalidade. São utilizadas na transmissão das informações contidas nos
desenhos, sob forma de textos ou números. São representadas sempre em
"caixa alta" (letras maiúsculas).
O uso de linhas guia é obrigatório para que as letras sejam consistentes na altura.
As letras devem comunicar e não distrair ou prejudicar o desenho em
si. Desta forma, algumas dicas:
- As letras devem ser sempre maiúsculas e não inclinadas – letras inclinadas geralmente são direcionais, distraindo a visão em um desenho retilíneo.
- Para manter as letras verticais, um pequeno esquadro ajuda a manter os traços verticais das letras.
Passos
para execução do desenho Técnico
Limpar a prancheta e os materiais que serão usados
antes de começar a executar os desenhos;
Fixar o papel na prancheta quando necessário;
Usar lápis mais fraco nos traços preliminares do desenho;
Usar somente borracha macia;
Evitar que o suor excessivo das mãos chegue ao
desenho;
Utilizar compasso na confecção de linhas curvas
uniformes;
Enumerar todos os pontos utilizados na confecção do
desenho
Revisar os traços e apagar linhas excedentes;
Usar lápis mais forte nos traços ou pontos que
simbolizam a resposta do desenho;
Revisar o desenho
Não se esqueça: LIMPEZA É PRIMORDIAL!!!!